21 agosto 2016

Power Rangers | Primeiro ranger brasileiro, Glenn McMilland diz quase ficou sem o papel


Power Rangers chamou a atenção do público na última semana por conta do anúncio da brasileira Chrystiane Lopes no elenco de Power Rangers Ninja Steel, próxima temporada da longeva série da Saban. A nova ranger rosa, entretanto, não é a primeira atriz do país a integrar uma equipe de rangers. Tal feito pertence a Glenn McMillan, que, em 2003, foi Dustin, o Ranger Amarelo de Power Rangers: Tempestade Ninja.

O ator, que realiza um encontro com fãs no próximo sábado (20) em São Paulo, nasceu em São João da Boa Vista, interior do estado. Filho de pai australiano e mãe brasileira, Glenn mudou-se para a Austrália aos três anos de idade, e por lá iniciou a carreira de ator, aos 11. “Minha mãe ficou sabendo de um teste para uma peça de teatro no estado onde morávamos”, conta o ator em entrevista ao Omelete.

Da peça, Glenn acabou indo para a televisão e para o cinema australiano, assumindo papeis desde os 13. “Eu acabei tendo pouca vida escolar. Ia, filmava, voltava para estudar”, relembra. Foi ainda no equivalente ao Ensino Médio do país que o brasileiro teve a oportunidade de fazer uma audição para entrar em Power Rangers, cuja produção, em seu primeiro ano completo sob o comando da Disney, estava de mudança para a Nova Zelândia.

Como é de costume em várias séries de TV, os atores passam por vários testes antes de conseguir o papel. E, de primeira, Glenn não foi aprovado. “Fiz uma audição inicial com a diretora de elenco regional, que me respondeu dizendo que eu não havia passado. Mas, ela gostou tanto da minha atuação que me chamou para ser o “reader” (ator que contracena com quem faria a nova rodada de testes), com os produtores principais da série”, conta.

Ao fim da sessão, os produtores perguntaram ao brasileiro por que ele não havia feito um teste para o papel. “‘Eu fiz, mas vocês não me chamaram de volta’, respondi. Eles disseram que não haviam assistido à minha audição e me deram uma nova chance ali mesmo”. Dali, Glenn não saiu mais do páreo: após três rodadas, ofereceram-lhe o papel.

Glenn como Dustin com o elenco de Power Rangers Tempestade Ninja


A vida no set de Power Rangers

Com apenas 17 anos, Glenn assumiu o manto do Ranger Amarelo durante o período escolar. “Estava no ‘year twelve’ (ano 12), que na Austrália é super importante para o resto da sua vida. Minha única condição foi poder fazer as provas antes de começar a gravar. Depois disso, tudo mudou”, relembra.

Glenn ficou dez meses no set de Tempestade Ninja na Nova Zelândia, e relembra-se de um bom clima, em especial com os colegas de elenco. “Todo dia tínhamos uma época na qual a produção nos buscava para começar a gravação. Normalmente, era 4h15 ou 4h30 - quando era 6h30 a gente comemorava. Mas o Pua (Magasiva, que fez Shane, o Ranger Vermelho), já estava super animado, fazendo graça com todo mundo.” Glenn acabou se aproximando mais de Adam Tuominen, o Ranger Rubro, que também era de Adelaide e acabou dividindo apartamento com o brasileiro durante as gravações.


A vida após Power Rangers

“Como ator, Power Rangers acabou definindo o que eu queria fazer. Eu já tinha feito alguns papeis, mas depois desse decidi ir atrás da carreira de ator de vez”, conta o ator, que conta que o assédio dos fãs na Austrália não é tão grande quanto nos Estados Unidos ou no Brasil. “Lá, as pessoas costumam pedir mais foto comigo por conta de outra série que fiz, mais recente”, ressalta, referindo-se a Wonderland, na qual atuou entre 2013 e 2015.

Com uma organização maior dos fãs de Power Rangers na última década - em especial com criação da convenção Power Morphicon em 2007 - vários atores que fizeram fama na série têm se voltado para o mundo das convenções, em especial, para encontrar quem acompanhava a série. Mas Glenn diz que só começou a notar as mudanças em sua viagem mais recente ao Brasil. “Aqui existe mais cultura do fã encontrar o ídolo”, repara.

“É legal ver pessoas, mesmo dez, doze anos depois de a série acabar, continuarem a valorizar o nosso trabalho. Pra mim é incrível pensar que participei de algo que marcou uma geração”, diz.

Em Wonderland (2013), Glenn viveu o brasileiro Carlos dos Santos


Sobre o sucesso da série, que continue no ar até hoje, ele acredita que Power Rangers se tornou um ícone por ser muito diferente de todos os outros programas que estavam na televisão. “Foi uma coisa totalmente fora do que a gente conhecia até então, e virou uma marca forte”.

Glenn também credita o sucesso da série à nostalgia. “Acho que a maioria das pessoas tem uma afinidade com o que os liga à infância. Para mim, eram alguns desenhos, que me lembram quando eu estava na escola, de uma época legal. Já tive adultos dizendo que, quando eram crianças, me assistiam na televisão”, relembra.

No Brasil, ele afirma que o assédio dos fãs não é tão grande, mas tem um ‘causo’ engraçado. “Estou treinando jiu-jitsu aqui há quatro meses e, depois que um dos meus colegas descobriu que eu fiz Tempestade Ninja, toda a escola quer lutar contra o Power Ranger (risos). Estou sofrendo no meio da briga às vezes e o cara fala pra eu ‘morfar’ (risos).”

Sobre o próximo longa, que tem estreia prevista para março de 2017, Glenn está animado, principalmente com a participação de Bryan Cranston como Zordon. “Sou muito fã de Breaking Bad e acho a performance dele uma aula de atuação”, elogia o brasileiro. “O fato de ele ser o Zordon, o orçamento, as roupas… acho que eles conseguiram manter o ‘sabor’ original dos Power Rangers, mas… os capacetes estão irados. Acho que vão conseguir pegar essa franquia e jogar para o momento atual, o futuro.”

Via Omelete

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